quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Destino,

permita que eu recupere as minhas verdadeiras "almas afins"? 
Aquelas que me tocaram fundo e que se sobrepuseram a minha.
Aquelas cujos corpos fizeram contato com o meu desde remotamente, daquele jeito natural e espontâneo. Daquele jeito infantil.
Hoje retornei para o meu meio após uma fria volta. 
Quero brincar e encostar. Dar as mãos. Correr pela fazenda rumo ao entardecer. 
Quero a troca de olhares entre duas crianças atraídas uma pela outra, sabe? Com inocência, com frio na barriga e felicidade extrema. 
Hoje voltei a enxergar forte e sentir as cores.
É tão bom gostar e fazer carinho... É tão bom ser curiosa novamente...
Meus braços estão abertos para o presente, porém a perda dos que ficaram no passado ainda é latejante como se fosse um desperdício.
Mas meus braços estão abertos como as suas asas e é uma sensação estonteante estar de volta, um êxtase sem igual que faz com que eu me perceba voando enlouquecida com a imensa quantidade de possibilidades que se dividem em correntes diversas. 
Por um momento acredito que tudo faz sentido. Neste breve ápice de prazer o impulso é aprender tudo o que há para ser aprendido em uma vida só na Terra. Todos aqueles "bruxinhos", não importa de qual categoria (certamente pertenço a alguma) de repente são os mais sãos do mundo e o resto deve ser salvo e amparado para que possam abrir os olhos e destrancar os sentidos.
Socorro, Destino. O instante está passando... Se distanciando.
Segure-me! Permita que eu fique?
Começou a chover e a água vai lavar os desenhos no chão.